domingo, 13 de janeiro de 2013

Cenas da Vida ou Cidade Vazia


Menina se transformando em mulher
A música de Madredeus, poesia de Fernando Pessoa (“nostalgia de Portugal”)
Criança correndo para lugar nenhum
Cenas da vida... (ou cidade vazia).

 

O cheiro de terra molhada
Felicidade que faz doer
Fotos minhas aos sete anos (“empoeiradas”)
Cenas da vida...(ou cidade vazia).

 

Não pensar em nada
Sentir e abarcar tudo
Necessidade e desejo de ter a menina (“misturar-se ao outro, porque ser feliz sozinho não basta”)
Cenas da vida... (ou cidade vazia).

 

Ler Clarice
Transcender a linguagem
Fernão Capelo Gaivota
Cenas da vida... (ou cidade vazia).

 

O primeiro beijo
A primeira mulher; a segunda; a terceira... a última.
Filhos e amigos
Cenas da vida... (ou cidade vazia).

 

Quarto com janela que dá para o infinito de mim
Me perco (“quero me perder totalmente, consciente”)
Quero estar só; quero o silêncio para existir; beber toda a dor de uma vez...  Amanhã  bebê-la noutro gole único logo de manhã para que o resto do dia seja só de deleite. Coragem de ser feliz; de  não ter limites(merecimento).  Silêncio. Existir. Felicidade. Dor.

 

Cenas da vida... (ou cidade vazia).
 
Edezilton Martins 13/01/2013

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Big Bang do Prazer


As dunas não têm fim
Os mares não têm fim
Os sonhos não têm fim 
Tudo é sublime e grande (“as ondas são breves”)
 

Tudo é grande, tudo é demais (“nos momentos que abarcamos o todo nos tornamos deuses”)
Depois nos recolhemos ao quarto limitado por paredes (“é mentira que existimos separados”)
 

As curvas da menina não têm fim
Os desejos da menina também não têm fim (“sonho de casar”)
Depois do gozo, da explosão o universo se forma, BIG BANG do prazer.
 

Expansão e recolhimento
Poesia e ausência ("a arte não tem fim") 
imaginação e real ("a literatura não tem fim")
Macho e fêmea
Consciência e sono
Vida  e morte (“sem ponto final”)
 

As dunas...
As ondas...
Os sonhos...
As curvas da menina...
Os desejos da menina...

A arte...

A literatura...
“Tudo é grande, tudo é demais”
 
                                                                    Edezilton Martins (12/10/2012)

sábado, 28 de julho de 2012

Domingo na Praça


                               
Paixão e mulher... tempo que passou e não passou.
Recorrência. Vida fora do tempo...
A eternidade na imaginação. Os dribles de Zico... o fusca.  

Sonhos de vencer na vida... desejo de mudar o mundo. 

A cidade que só existe na imaginação poética
O riacho do pinto antes do loteamento imobiliário
A imagem de Santa Clara na praça. 

A inocência... casas velhas, ruas de terra.
cheiro de terra molhada. A pureza durava. 

Éramos inocentes, agora somos culpados (“ou porque nos vendemos ou porque nos calamos”

É preciso não ser enganado. 

Nova paixão. Recorrência. 

Tempo de sonhar. Dribles de Neymar.
Tempo sem tempo (“Não mudamos o que fomos... nos multiplicamos/ esquecemos o que somos”). 

Velho medo: medo de fantasma. Novo medo: medo de ser feliz.
A bola que não entra no gol.

                                                                                                                 Edezilton Martins, 28/07/12

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ultrapassamento


No quarto o silêncio...e paredes
...lençois espalhados sobre a cama
Garrincha, estrela solitária
.
felicidade...
.
jogo de palavras
jogo da amarelinha
galinhas no quintal.
.
(...) de Clarice Lispector
(...) de Fernando Pessoa
(...) de Raul
(...) de Nietsche
.
hemorragia de sentimentos...
.
Brincadeiras de criança
A CHUVA FINA
os sonhos que morrem primeiro 
vontade de sentir tudo num bocado único
.
SONHO de criança
subir na mangueira
um pássaro perdido no ar
.
Folhas secas no terreiro
Meninos descalços
Casos e causos
formigas trabalhando
.
Hemorragia de sonhos...
.
alegria de estar vivo
.
estado de graça...
solidão
ESTADO DE GRAÇA...
ultrapassamento
.
Edezilton Martins 12/07/12

sábado, 7 de julho de 2012

Sociedade Produtora de Alienados, Uma Conveniência

Por Edezilton Martins



Pensa-se liberdade, justiça e democracia no sentido de valores que se aplica a coletividade das pessoas como algo garantido institucionalmente, como um produto. Para garanti-los há os poderes independentes (executivo, legislativo e judicial), o conjunto das leis, as instituições nacionais e supranacionais. Não se pensa liberdade, justiça e democracia como produto de uma formação educacional eficaz em que o homem tenha poder de discernimento, como valores que cada um de acordo com sua capacidade possa impor e fazer cumprir; liberdade como uma conquista individual com reflexo no coletivo, produto da capacidade do poder de dirigir a própria vida sem se deixar ser seduzido pelos mecanismos de sedução e conveniência.

Liberdade, justiça e democracia remete a ideia de igualdade. Não há igualdade nas sociedades, sobretudo na sociedade brasileira capitalista. As duas principais, desigualdade de renda e educacional, dão as condições para que haja dominador e dominado, e seja estabelecida uma ditadura disfarçada. Antes era a ditadura de quem tomava o poder à força, agora é a ditadura do sedutor inteligente e malévolo sobre o ignorante facilmente dominável, do politico sobre o eleitor, do gestor sobre o colaborador, do patrão sobre o empregado,  do marido sobre a esposa e vice-versa, dos pais sobre os filhos, da classe dominante sobre as massas, do capitalista sobre o consumidor, da doutrina religiosa/pastor sobre os fieis, etc.  O homem tornou-se uma maquina individualista e corrupta de dominar.

Não é conveniente para os privilegiados que as massas sejam livres. O  homem verdadeiramente livre não serve aos interesses do sistema. O sistema, algumas igrejas, as esferas privilegiadas (políticos e falsos intelectuais) precisam que haja miséria material e  educacional, senão não se estabeleceria a ditadura de hoje. A ditadura doutrinária.    

O homem ignorante e manipulável é levado pela mídia a substituir o que tem valor cultural de verdade por uma falsa cultura: músicas e programas televisivos sensacionalistas de péssima qualidade (“besteirol norte-americano”). O que cria uma conspiração alienadora. O homem é levado a pensar coletivamente igual, um pensar nivelado ao menor conteúdo porque o sistema necessita deste tipo de sociedade para gerar lucro e poder politico. Chamo este homem de “homem seduzido”.     

O homem seduzido é transformado num consumista como forma de encontrar na satisfação temporária proporcionada pelo consumo um alívio para a falta de felicidade e sentido de vida. Prática que é conveniente comercialmente; que destrói a vida na terra através do consumo desnecessário que retira da natureza mais do que ela pode dar. ” Falta de felicidade, de sentido de vida e de verdadeira cultura” que tornam o homem violento ao extremo, capaz das piores atrocidades.   

O homem seduzido é um homem infeliz porque não desenvolveu a capacidade de ser individualmente e mentalmente livre dos mecanismos de sedução estabelecidos pela ditadura doutrinária. A educação formal não vislumbra a formação do homem livre, capaz de pensar. As pessoas estão saindo  despreparadas das universidades.  

É conveniência a massa de pobres/seduzidos sem capacidade de votar conscientemente como forma de perpetuação e manutenção dos mesmos políticos no poder ("políticos se tornam astros”); é conveniência para algumas igrejas o mesmo tipo de homem senão ninguém frequentaria tais igrejas e não gerariam lucros; é conveniência o mesmo tipo de homem para o capitalista.   

Há um terrível erro concepcional na formação educacional do homem ocidental que é retratado pela poetisa e filósofa Viviane Mosé no livro “O Homem que Sabe“ (“indico para leitura”) o qual corrobora para a existência dessa ditadura doutrinária/homem seduzido.  Para Viviane Mosé a falsa ilusão de que a ciência moderna daria a solução para tudo gerou um excesso de racionalismo (“homem autômato, dominador, com valores invertidos”) e eliminou da vida das pessoas a “potência da vida”.     Para Viviane Mosé vivemos numa encruzilhada, e é preciso incluir a “potência da vida” no cotidiano das pessoas como modo de humaniza-las. Viver ficou para segundo plano. A prioridade é o poder e o ter.  


"Viver é um ato complexo. Temos que conviver permanentemente com a ideia da morte, da perda, da constante transformação. Acordamos de manhã com  uma programação totalmente desordenada e precisamos urgentemente numa velocidade incrível reiniciar a máquina humana para que seja possível a aceitação da dor (sem fugir da dor), o que é feito mentalmente; com a possibilidade de transformar a vida numa coisa muito interessante de viver" (Viviane Mosé). Este processo é feito inconscientemente o tempo todo. Só consegue realizar esta operação quem desenvolveu a capacidade de pensar, discernir separado  do modo de pensar coletivamente igual, porque pensar igual não é pensar.  O homem no estado de alienação não tem condições de reiniciar a máquina (“de transformar a confusão em ordem; a dor em alegria”). O homem não está apto para conviver consigo mesmo e ser feliz.

Não pode existir uma sociedade livre, justa e democrática se as pessoas que a fazem não foram educadas eficazmente. Uma educação que lhes proporcione condições de discernir e pensar/de dirigirem suas próprias vidas e que os permita buscarem uma felicidade consistente. Não pode o homem ser livre se a educação que o estado lhe proporciona não lhe desenvolve a capacidade de ler as formas e mecanismos que há de manipulá-lo. Ser livre/feliz pressupõe ter capacidade de condução.

Porque a ditadura de agora é doutrinária só há uma forma de fazer revolução, a que se faz pela educação.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Fernão Capelo Gaivota: autoestima e superação


Por: Edezilton Martins
                       

Fernão Capelo Gaivota é o título de um livro de Richard Bach (disponível em DVD - filme) que retrata a ousadia de uma gaivota em treinar voos rasantes, e desenvolver capacidades que para as gaivotas comuns somente os deuses poderiam ousar. Por isto Fernão Capelo, a gaivota protagonista do enredo, é banida do bando, e empreende uma jornada de crescimento interior que o leva a extraordinária descoberta do eu livre de limites; a descoberta de um estado de consciência integradora como se houvesse um todo do qual somos partes e o todo ao mesmo tempo.   Para os anciões do bando das gaivotas Fernão Capelo não se comporta como um humano.   

Para Fernão Capelo não há limite. O limite somos nós que criamos, ou permitimos que as instituições, sobretudo as religiosas criem. 

Fernão Capelo Gaivota, uma vez banido, encontra-se com um o ancião (Chiang) o qual lhe auxilia na sua lapidação, no descobrir a perfeição e o seu eu interior. Fernão retorna ao seu antigo bando para lhes ensinar o que aprendeu.

No filme, assim como no livro é dito que o céu não é um lugar, que o céu é a perfeição. O filme ainda se aventura por temas como telepatia, sincronicidade, verdades estabelecidas, etc.

O filme foi apresentado no Cine Deusa Branca de Tupanatinga-PE, numa sessão especial para convidados. Após a apresentação houve uma palestra seguida de um bate-papo entre os presentes. Palestra e debate que se transformaram num grande momento filosófico.  

Existe a perfeição?... Há uma consciência integradora e um todo?... Há uma natureza interior no ser humano?... Deus e homem são um?...

Para responder a estas perguntas, que são temas do filme, embora não tratados de forma direta, o palestrante, Edezilton Martins,  colocou sob o crivo da dúvida quaisquer formas de certeza absoluta. Afinal não temos a obrigação de acreditar em verdades, mas duvidar de todas, ou vê-las como possibilidades.

O homem hoje vive e pensa sob o paradigma cartesiano em que tudo precisa ser explicado, onde o pensamento estabelece limites, e principalmente emite ordens de conformidade, fazendo com que nos conformemos com o pouco. Os religiosos, por exemplo, se contentam de que o sentido da vida é sofrer aqui na terra para ir para o céu quando morrer, e deixam de buscar um sentido para a vida aqui na terra. Isto que faz Fernão Capelo Gaivota.        

Diz a bíblia que Adão e Eva viviam no Éden. Não sentiam frio, calor, fome, dor, etc. Ou seja, o Éden era o paraíso (céu) ou o Éden (paraíso) é consciência. Adão e Eva eram um estado de consciência, seres transcendentes e impensáveis. Não dispunham de matéria física (corpo e sentidos sensoriais).    A queda do homem (o ato de comer a maçã) é a própria criação do homem dotado de pensamento, dogmas, conceitos, por conseguinte com entendimento limitado.

 Será possível que o homem caído se transfigure, transcenda a sua condição humana e experimente algum estado de consciência absoluta e integradora que o leve a se sentir uno com o todo?... Devemos ter isso como uma possibilidade. De fato sabe-se que o homem experimenta estados de transcendência, de consciência avassaladora em que sente fazer parte deste todo.  Se este sentimento é uma ilusão criada pela mente ou imaginação humana não se sabe.   A perfeição buscada pelo protagonista do filme é a integração com este todo. 

 Não se trata aqui de estarmos tratando de matéria mística. A ciência contemporânea já se pergunta, ao nível da possibilidade, se não é possível haver o “fator consciência” por traz da formação da matéria. Agora, no mês de dezembro/2011 cientistas encurralaram num acelerador de partículas na Europa a partícula que faltava, e que é responsável pela massa do átomo, à qual deram o nome de “partícula de Deus”.   

O homem, hoje, está adotando a paradigma holístico em substituição ao cartesiano. Trata-se de uma volta ao pensamento dos antigos filósofos. Heráclito de Efeso escreveu que “Tudo é um”. Parece que tudo é um ou nada tem sentido.

Não se trata de fazer apologia ao não pensar cartesianamente. O pensamento elaborado e construído com alicerces firmes, embasado é necessário. Do contrário o homem se tornaria um alienado. O que se defende é que por conta deste pensar cartesiano o homem não se entregue ao que não é explicável logicamente, isto é, o viver o transcendente; o divino no humano.                

 A verdade última seria que matéria é consciência?... Ou que tudo é Deus, porque Deus é consciência? ... (perguntas que não se pode deixar de fazer).

Se tudo é um, tudo é Deus. Se tudo é Deus as religiões estão equivocadas quando levam o homem a se pensarem como separados de Deus, seres submissos, coitadinhos, destinados a sofrerem aqui na terra para terem como recompensa o réu dos céus?...    

 As religiões e as instituições ao prometerem um sentido para a vida pós-morte criaram um homem conformado com a miséria em que vive: ausência de cidadania, infraestrutura, bom serviço de saúde, educação de qualidade, emprego digno, etc. E o maior dos conformismos: o de que somos seres inferiores, limitados, submissos, “separados do todo”, totalmente destituídos de características divinas. Ou seja, criou-se um homem conformado com o sofrimento porque “bem aventurados os que sofrem porque deles é o reino dos Céus”. Ou seja, homens como as gaivotas do bando de Fernão Capelo que não ousam, e pensam ser da natureza das gaivotas pegarem peixes nas águas rasas, nos lixões. Homens sem autoestima. Destinados ao sofrimento.

De tudo isto, parece sensato acreditar que “existem mais verdades entre o céu e a terra do que pensa a nossa vã filosofia”.

Este artigo questionador termina com uma frase de Joseph Campbell, que pode parecer forte para alguns, e que foi a frase com a qual foi encerrada a palestra sobre o filme, qual seja: “Na sua natureza mais profunda o homem é Deus”.

Retornando

Amigos leitores,

Andei ausente... hibernei. Estou de volta. Minhas desculpas!



Por Edezilton Martins

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Unicidade

De repente a largata se transforma em borboleta
De repente é noite, de repente é dia
De repente.

De repente a menina se torna mulher
De repente tudo morre e renasce diferente e maior.

Em um momento somos o todo, noutro somos personalidade
De homens caídos a experiência de ser uno com o todo de repente.
De repente Deuses.

De repente a paixão
A paixão acontece de repente e a qualquer hora.
A mulher amada vai embora de repente.

De repente o presente torna-se passado
A vida passa de repente. De repente a morte.

O momento do gozo sexual é muito pequeno.
Eternidade é consciência.

De repente atingimos a eternidade.

O Drama do Homem Moderno


O homem tem sido tão corrupto e violento (“o homem mata o próprio homem”)... é da natureza do homem ser egoísta que ultimamente tenho buscado me despojar de mim. Ando envergonhado de minha “natureza humana.”
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Vivemos um momento de crise. De todos os tipos. Estamos numa encruzilhada. O presente é sempre uma encruzilhada. Esta de agora é a maior de todas, porque a encruzilhada atual é sempre maior que a anterior.
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Vejamos.
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Parte de nós está sob influência de modelos mentais religiosos, dogmas que não servem mais, pois são vazios de sentido para o estágio atual da humanidade: democratização do conhecimento (internet), avanço científico, física quântica, teoria da relatividade, novas psicologias, etc. Devido à ineficácia dos dogmas e modelos mentais é que nos tornamos violentos desesperados.
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É necessário um novo conhecimento (sabedoria). Dan Brown, “No Livro o Símbolo Perdido” defende que este conhecimento existe. Trata-se da “Sabedoria Perdida dos Antigos Sábios” a qual está inserida nas escrituras sagradas das religiões (“de todas as religiões”). Todavia tal conhecimento (sabedoria) não é passada aos seguidores das religiões (“A verdade libertará.” Quererá as religiões expor este conhecimento? Estará o homem preparado para recebê-la?).
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Como tenho minhas dúvidas sobre as perguntas acima, contenho-me um pouco. Que me desculpe o leitor mais preparado.
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A missa católica é lindamente rica de rituais. Seu ápice é o momento em que o padre transforma o vinho e a hóstia em sangue e corpo de Cristo. A este momento a Igreja chama de “comunhão com Deus”. Deveria chamar-se “união com Deus.” A simples troca da palavra “comunhão pela palavra união” faria total diferença na relação do homem com Deus.
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“O que desconheço me ultrapassa”, escreveu Clarice Lispector. Este desconhecer de Clarice é diferente de ignorar. Trata-se de uma experiência humana profunda cuja linguagem se mostra ineficaz de exprimir, mas que se sabe internamente ser real. As religiões cometem o grave erro de usar os parcos recursos das diversas línguas para transmitir a idéia de Deus. Quando Deus não é para ser pensado.
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Desenvolvi um modo de me esquivar dos limites impostos pelo espaço, tempo, pensamento e linguagem. Só assim é possível vivenciar um estado de profunda lucidez: estado de graça, não a dos santos católicos.
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Sairemos desta encruzilhada mais despertos, livres das mentiras religiosas, da enganação política, mais conhecedores de nossa natureza interior: a descoberta do eu e do não-eu.
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O mais nobre sentimentos não é o amor. O mais nobre sentimento é a generosidade. Não a generosidade religiosa, mas a generosidade decorrente de uma consciência político-social convicta, que nos leva a ser solidário com o outro por um ato de obrigação. A obrigação com o outro é mais importante que o amor pelo outro. Há uma frase exemplar no filme “Lancelot, O Primeiro Cavaleiro” com Sean Connery, Richard Gere e Julia Ormond que diz: “É ajudando uns aos outros que nos tornamos livres.” (Veja-se pesquisa da PNUD que aponta que o brasileiro se importa com o bem-estar do outro e da humanidade).
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A saída dessa encruzilhada em que nos encontramos passa pela descoberta interior, mas também passa pela aquisição de novos paradigmas de consciência, como esta noção de generosidade e obrigação.
("Vou pegar um ita no norte. Tchau!")








terça-feira, 11 de agosto de 2009

Poesia de Edezilton Martins

.....Adão Caído

Um pouco de alegria
um pouco de tristeza
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Um pouco de esquizofrenia
um pouco de psicopatia
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Um pouco de bondade
um pouco de maldade
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Um pouco de adulto
um pouco de criança
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Um pouco de amor
um pouco de ódio
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Um pouco de orgulho
um pouco de humildade
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Um pouco de limitação ("homem")
um pouco de super-homem ("Deus").


Edezilton Martins 11/agosto/2009