segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Jogo da Amarelinha, Parte II (trechos)

"No lugar onde deveria haver uma despedida, há um desenho na parede; em vez de um grito, uma vara de pescar; uma morte se resolve num trio para bandolins. E isso é despedida, grito e morte, mas quem está disposto, afinal de contas, a descobrir-se, a desdenhar-se, a descentrar-se, a descobrir-se?..."
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“O que será, no fundo, essa história de encontrar um reino milenar, um éden, um outro mundo? Tudo o que se escreve atualmente, e que vale a pena ler, encontra-se orientado para a nostalgia. Complexo de Arcádia, regresso ao grande útero, back to Adam, Le bom sauvage (etc.), Paraíso Perdido, perdido por buscarte, yo, sin luz para siempre... E aí surgem as ilhas ou os gurus (se houver grana para o avião Paris-Bombaim) ou, então, simplesmente segurar uma xícara de café e olhá-la por todos os lados, não como uma xícara de café, mas como uma testemunha da imensa burrice em que estamos metidos... É possível que haja um reino milenar, mas, se alguma vez o alcançarmos, se viermos a ser ele, deixará logo de ser assim.”

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